Um filme como Quase Famosos só poderia ter saído da mente de um apaixonado pelo rock’n roll. Cameron Crowe, o diretor, é mais que isso: ex-jornalista da revista Rolling Stone e casado com Nancy Wilson, do Heart (link), talvez só não seja músico por falta de oportunidade. Já se disse a respeito dele que, como cineasta, é um ótimo produtor de trilhas sonoras. Mas Quase Famosos é um encontro delicioso entre imagem e som. Tomando de empréstimo as memórias do próprio diretor, conta a história de William Miller, garotinho-prodígio, filho da excêntrica e superprotetora Elaine. Anita, sua irmã rebelde, sai de casa para se tornar aeromoça e deixa-lhe de legado todos os seus discos de rock. Aos quinze anos, em 1973, o desajeitado William encontra Lester Bangs, editor de uma revista de música para a qual o garoto mandava seus artigos. Lester se torna uma espécie de mentor para o menino e o manda cobrir um show do Black Sabbath, mas ele acaba entrando no backstage com o Stillwater, a banda de abertura. A partir daí, sempre sob a constante vigilância de sua mãe, ele embarca em Doris, o ônibus do Stillwater, e os acompanha em sua turnê. William acaba descolando uma matéria de capa na Rolling Stone – sem que o editor saiba de sua pouca idade - e passa a maior parte da história tentando entrevistar Russel, o guitarrista “místico”, na definição do vocalista da banda. Quando não está numa de suas tentativas frustradas, passa o tempo em companhia das groupies – e, claro, acaba caindo de amores por uma delas: Penny Lane, que é apaixonada por Russel.

Contra-Capa